É “Uma lesão decorrente de um número repetitivo de movimentos, que ocorrem geralmente em regiões mais localizadas, gerando fadiga. Isso causa um desbalanço na atuação de osteoblastos (células formadoras de osso) e osteoclastos (células responsáveis pela reabsorção óssea)” por Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Por que as fraturas por estresse acontecem?
Quando realizamos treino onde existe impacto ósseo, existem sempre microfissuras ósseas que, durante o repouso, são reabsorvidas e, em seu lugar, é formado um tecido ósseo mais forte que o original. A isso, chamamos de turn over ósseo positivo. No entanto, ao realizarmos determinados movimentos em excesso, usando uma ou mais articulações, sem os devidos cuidados, pode haver uma destruição óssea maior que a formação (turn over ósseo negativo) e podemos desenvolver uma fratura por estresse.
Um exemplo muito comum é o de corredores de rua que tem lesões ósseas nos pés (tarso e metatarso), tornozelo, joelhos e até quadril.
Basicamente o que causa este tipo de fratura são os impactos consecutivos, onde a massa óssea não consegue se regenerar completamente.
Em termos mais populares, o osso recebe impactos consecutivos e vai se desgastando, chegando ao ponto onde temos ruptura óssea.
Muitas pessoas que tem trabalhos altamente repetitivos, também podem apresentar quadros de fratura de estresse. Mas o quadro mais comum acaba mesmo sendo em praticantes de esportes.
Quais os esportes mais geram fratura por estresse?
Estatisticamente, os esportes cíclicos são os que tem mais facilidade em gerar fratura por estresse. Entre eles, os principais são:
- Corrida;
- Corrida de montanha;
- Triathlon.
Porém, os esportes acíclicos, também podem ter uma alta incidência de fratura por estresse. Alguns dos principais são:
- Vôlei;
- Futebol e futsal;
- Basquete;
- Handebol;
- Tênis;
- Squash;
- Badminton;
- Rugby;
- Futebol americano.
É causada por Carga de treinamento inadequada, Excesso de peso, Deficiências nutricionais, Problemas hormonais, Baixos níveis de vitamina D, Desequilíbrios musculares e posturais e Desalinhamento articular.
As queixas comuns, como:
- Dor de início tardio, que tem uma piora considerável com atividade física e se reduz com o repouso;
- Fortes dores com apalpação do local;
- Queda no rendimento esportivo ou piora das atividades funcionais.
No geral, com este quadro, realizamos exames de imagem para efetuar o diagnóstico. Porém, a fratura por estresse pode ser classificada em diferentes níveis, de acordo com sua gravidade.
Entre os exames de imagem, temos: radiografia, cintilografia óssea, tomografia computadorizada e ressonância magnética, sendo este considerado o “padrão ouro” para o diagnóstico.
Termos como edema ósseo, fratura subcondral ou fratura do micro trabeculado ósseo são comumente empregados pelos médicos radiologistas na descrição do laudo do exame.
Quando existe apenas o comprometimento do periósteo da tíbia, membrana que envolve os ossos, geralmente é descrito como edema periosteal e ou subcutâneo. Nestes casos, temos a chamada “canelite”, ou periostite, ou shin splint da língua inglesa que, segundo alguns autores, seria o estágio inicial de uma fratura por estresse.
Um outro exame muito importante para o diagnóstico é o de densitometria óssea, que vai determinar a densidade mineral óssea e com isso, delimitar se a fratura ocorreu devido à perda de massa óssea ou não.
Tratamentos
De acordo com a classificação da fratura por estresse, o tratamento pode ser mais conservador ou cirúrgico.
No geral, as fraturas que são classificadas com baixo risco são tratadas com repouso, imobilização e uso de muletas nas primeiras semanas após o diagnóstico, com tratamento fisioterapêutico em paralelo.
Nos casos mais graves, com classificação de alto risco, há imobilização completa, repouso absoluto e em casos mais graves, temos que optar para procedimentos cirúrgicos de fixação. Além disso, após as fases agudas de dor e perda de funcionalidade, inicia-se o tratamento fisioterapêutico para a melhora da consolidação e da funcionalidade como um todo.
Há situações onde o uso de muletas e de remédios para minimizar a dor são necessários, principalmente nas fraturas de alto risco.
Em ambos os casos, o tratamento passa pela retirada completa de esporte e atividades de alto impacto, até que haja uma consolidação completa da fratura.
Prevenção
Para evitar de forma correta a fratura por estresse, você precisa:
- Treinar com as cargas adequadas;
- Melhorar sua força e flexibilidade;
- Alimentar-se corretamente;
- Permitir a completa recuperação entre os treinamentos;
- Se possível, evitar impactos sequenciais;
- Buscar um alinhamento postural adequado;
- Fazer exames periódicos, para avaliar como está seu metabolismo;
- Utilizar um tênis adequado para sua pisada e para o esporte em si.