A Síndrome Osgood-Schlatter – também conhecida como síndrome da tração do tubérculo tibial apofisárias ou apofisite da tuberosidade tibial anterior – é uma irritação da cartilagem de crescimento pelo tracionamento excessivo do tendão patelar sobre a tuberosidade tíbial anterior (TAT) do joelho.
A condição tipicamente ocorre em meninos e meninas em idade ativa de 9 a 16 anos, coincidindo com períodos de estirão de crescimento. Ocorre mais frequentemente em meninos do que em meninas, com relatos de uma relação masculino-feminino variando entre 3:1 e 7:1. A diferença pode estar relacionada tanto por uma maior participação dos meninos no esporte quanto por maior força na execução dos mesmos.
A condição, geralmente autolimitante, é causada pelo estresse no tendão patelar que liga o músculo quadríceps na parte da frente da coxa para a tuberosidade tibial anterior, que ocorre na fase de “estirão de crescimento” do adolescente. O estresse repetitivo da contração do quadríceps é transmitido através do tendão patelar para a tuberosidade da tíbia imaturo. Isso pode causar microfraturas por avulsão (arrancamento) associado a um processo inflamatório do tendão, levando ao crescimento ósseo em excesso na tuberosidade e produzindo uma protuberância visível que pode ser muito dolorosa quando tocada e em algumas atividades, como ajoelhar.
Tipicamente, a síndrome desenvolve-se lentamente com períodos de melhoria e piora alternantes e sem trauma ou outra causa aparente. No entanto, em alguns casos, até 50% dos pacientes relatam uma história trauma (contusão) desencadeando os sintomas.
Apesar de pouco descrita na literatura, nota-se que a grande maioria dos adolescentes possui encurtamento (alongamento ruim) da musculatura posterior da coxa e perda de força do músculo quadríceps (anterior da coxa).
Acredito que, assim como na tendinite patelar e na condromalácia do adulto, estas condições causem perda parcial da capacidade de absorver energia cinética do joelho na desaceleração típica do esporte e seja a gênese da doença.
Usualmente, a lesão resolve-se espontaneamente ou com tratamento conservador (fisioterapia e fortalecimento muscular), como a redução da prática desportiva, uso de anti-inflamatórios e até infiltrações locais com lidocaína ou corticosteroides. Alguns raros casos, porém, não respondem ao tratamento conservador e a cirurgia é necessária para aliviar a dor. A maioria dos autores recomenda a retirada do ossículo livre e presente na porção distal do ligamento patelar.
Fonte: http://ge.globo.com/eu-atleta/saude